Indivíduos não diabéticos com altos níveis de glicemia após o jejum que contraem COVID-19 têm maior risco de desenvolver um caso grave da doença, de acordo com um estudo colaborativo realizado pela Faculdade de Tecnologia de Jerusalém, a Organização Médica Hadassah, a Escola Braun de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade Hebraica-Hadassah e o Fundo de Saúde israelense Meuhedet.
Além disso, o estudo revelou que quanto maior o valor da glicose, maior o risco de COVID-19 grave. Pessoas com valores de glicose de 125-140 mg/dl tiveram duas vezes mais chances de desenvolver complicações do COVID-19 do que pacientes com valores de glicose inferiores a 105. O nível padrão de glicose no sangue para um adulto é entre 70-100 mg/dL, depois de ter jejuado pelo menos oito horas.
Para diabéticos que contraem o COVID-19, os riscos são diferentes: o maior risco (um em cada quatro) para ter um caso grave de COVID-19 está entre aqueles com baixos níveis de glicose no sangue — ou seja, abaixo de 80 mg/dl.
A Dra. Orit Bernholtz-Gulchin, Chefa da Clínica regional de Diabetes de Meuhedet, observa que os achados do estudo devem alertar a comunidade médica para dar ênfase à prevenção da hipoglicemia, onde os níveis de glicose no sangue caem radicalmente da norma.
Ao mesmo tempo, o menor risco para os diabéticos desenvolverem um caso grave de COVID-19 (1 em 12) foi quando seu nível de glicose no sangue estava entre 106-125 mg/dl. O risco então aumenta com níveis acima de 125mg/dl.
A Professora de Escola Braun de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade Hebraica – Hadassah, Profª. Ora Paltiel, comenta: “O estudo mostra muito fortemente o quanto pode ser aprendido com a qualidade e o registro médico contínuo, como temos no sistema de saúde israelense”.
Os autores concluem: “A glicemia pré-infecção elevada é um fator de risco para um COVID-19 grave, mesmo em não diabéticos. Para pacientes com diagnóstico de diabetes, tanto altos, quanto baixos níveis de glicose pré-infecção, são fatores de risco para um COVID-19 grave. Mais pesquisas são necessárias para avaliar se essas associações são causais, mas acreditamos que esses achados já podem ter implicações clínicas para a avaliação e estratificação de risco do COVID-19.”
Leia mais sobre o estudo em Plos One.