Em Israel, metade dos ferimentos do ano por causa de materiais de limpeza ocorre nas semanas antes da Páscoa, enquanto os judeus preparam suas casas para o feriado.
“O maior problema com os produtos de limpeza é o líquido removedor de graxa que fica sem supervisão, mesmo que por apenas alguns minutos”, diz o Dr. Saar Hashavia, diretor da emergência de medicina pediátrica do Hospital Ein Kerem. Esses suprimentos podem ser altamente tóxicos e causar queimaduras, hemorragia interna e problemas respiratórios e gastrointestinais, entre outras condições.
“Temos um caso todos os dias perto da Páscoa”, diz o Dr. David Rechtman, colega do Dr. Hashavia no Hospital Hadassah Monte Scopus. “Os adultos despejam os restos de produtos líquidos de limpeza em copos e depois deixam os copos por ai, ou limpam a chaleira e esquecem de jogar fora os produtos químicos.”
E, enquanto mulheres e meninas muçulmanas usam seus lenços de hijab para a refeição festiva Iftar durante o Ramadã, o pino decorativo usado para fixar o hijab tornou-se um potencial risco para a saúde. As garotas acabão engolindo quando as colocam na boca enquanto embrulham o hijab. O gastroenterologista pediátrico do Hadassah Dr. Mordechai Slae é o principal autor de um artigo publicado em Pediatrics, a revista oficial da Academia Americana de Pediatria, sobre a prevalência da ingestão desses pinos e como tratar dos pacientes que os engoliram. Os autores revisaram 1.558 casos de pacientes que foram ao pronto-socorro de Hadassah após ingerir um corpo estranho. Destes, 208 pacientes (13,3%) haviam ingerido um pino de hijab, com um total de 225 pinos ingeridos. “A média de idade do paciente foi de 14,7 ± 4,1 anos e 88% eram meninas”, relatam os pesquisadores. Enquanto na maioria dos casos, essas meninas podem deixar a natureza seguir seu curso, a equipe médica/pesquisadora descobriu que 41 pacientes precisaram de uma endoscopia para remover os pinos e, uma delas, necessitou de uma cirurgia laparoscópica.