Um estudo da Organização Médica Hadassah revela que a vacinação ampla dos funcionários hospitalares reduziu substancialmente as taxas de infecção do COVID-19 em seus dois hospitais, a pesar do fato de que Jerusalém teve a maior taxa da doença do COVID-19 em Israel. Além disso, o Hospital Hadassah Ein Kerem tem tratado um número maior de pacientes de COVID-19 que qualquer outro hospital do país, relata o especialista em doenças infecciosas do Hadassah e um dos pesquisadores do estudo, o Prof. Ran Nir-Paz.
Os achados do estudo, realizado em colaboração com a Faculdade de Medicina Hadassah – Universidade Hebraica e os Serviços de Saúde Clalit (convênio médico*) foram publicados no The New England Journal of Medicine em 23 de março.
O estudo traçou a prevalência de COVID-19 entre os 6.680 funcionários de Hadassah antes e depois de receber a vacina Pfizer. Os dados foram coletados ao longo de oito semanas consecutivas após a vacinação. “Entre os trabalhadores vacinados”, relatam os autores, “a incidência de COVID-19 após a primeira dose diminuiu notávelmente após a segunda semana”. Além disso, explicam, “a incidência de infecção continuou a diminuir drasticamente e, em seguida, permaneceu baixa após a quarta semana”.
Durante o estudo, a taxa de doença entre os trabalhadores vacinados caiu para um caso por 1.000 trabalhadores por semana. Isso contrasta com uma taxa entre os residentes de Jerusalém de 10 a 20 casos por 1.000 indivíduos por semana.
Desde o início da epidemia, há cerca de um ano atrás, cerca de 700 funcionários do hospital Hadassah, aproximadamente 10% dos funcionários, foram diagnosticados com COVID-19. A muitos mais lhes foi exigido se isolar por ter tido uma exposição significativa a indivíduos que tinham COVID-19. Os pesquisadores relatam que a maioria dos funcionários doentes foi infectada na comunidade em geral, muito mais que durante o trabalho nos hospitais de Hadassah, onde medidas protetivas estavam em vigor. Além disso, acrescentam, “a incidência entre os profissionais de saúde foi semelhante à da população de Jerusalém”.
Os pesquisadores concluem: “Esses achados sugerem que a vacinação generalizada e eficaz entre os profissionais de saúde e proporciona um ambiente de trabalho seguro, mesmo na presença de uma alta taxa de infecção pelo COVID-19 na comunidade”.
Vale ressaltar, também, que, segundo dados do Ministério da Saúde de Israel, durante o período de estudo, a variante britânica do coronavírus (B.1.1.7) foi responsável por 80% da doença de COVID-19 em Israel. Portanto, os achados da pesquisa apoiam a conclusão de que a vacina Pfizer também é eficaz contra essa cepa.
O B.1.1.7 foi encontrado pela primeira vez em Israel em dezembro de 2020. Em 19 de janeiro de 2021, foi estimado pelo Ministério da Saúde de Israel que respondia por 30 a 40% das infecções por COVID-19 em Israel. Até fevereiro de 2021, a prevalência atingiu o 80%.