A deterioração avança lenta e indolor, mas a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é a principal causa de cegueira no mundo ocidental. Até agora não havia cura. Seguindo a aprovação do FDA e do Ministério da Saúde de Israel, acredita-se que o transplante de células jovens e saudáveis no primeiro paciente israelense submetido ao procedimento no Hadassah Medical Center em Jerusalém irá substituir as células críticas perdidas com a idade na chamada forma seca da DMRI.
A DMRI afeta a mácula, que é a parte da retina responsável pela acuidade central da visão, importante para o reconhecimento facial, a leitura e a direção. Existem cerca de 1.6 milhões de novos casos da DMRI seca nos Estados Unidos anualmente.
Acredita-se que a DMRI seca é causada por uma disfunção das células do Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) que a constituem e mantém. As células-tronco embrionárias humanas podem servir como fonte ilimitada de células EPR saudáveis que podem ser transplantadas para reabastecer as células perdidas e as disfuncionais em pacientes com DMRI, com o objetivo de bloquear ou ao menos retardar a progressão da doença.
Os grupos científicos do Prof. Benjamin Reubinoff (Diretor do Centro de Pesquisa de Células-tronco Embrionárias Humanas Sidney e Judy Swartz e Chefe da Ginecologia e Obstetrícia) e o Prof. Eyal Banin (Diretor do Centro de Degenerações Maculares e Retininianas do Departamento de Oftalmologia do Hadassah), vem trabalhando em colaboração há mais de uma década para elucidar os caminhos que permitirão a derivação de células EPR de células-tronco embrionárias humanas para a terapia de transplante de DMRI. As células EPR transplantadas atualmente foram desenvolvidas pela Cell Cure Neurosciences LTD, uma companhia start-up baseada em tecnologia e licenciada pelo Hadassah, que visa a utilização de células-tronco embrionárias humanas como plataforma para o tratamento de doenças retinianas e neurológicas.
“Este transplante é o passo inicial de um experimento que incluirá quinze pacientes e estará entre os poucos estudos pioneiros similares no mundo utilizando células derivadas de células-tronco embrionárias”. O objetivo primário do experimento é aumentar a segurança do transplante das células e também avaliar os parâmetros dos possíveis efeitos terapêuticos, de acordo com o Prof. Reubinoff.
“O procedimento de transplante efetuado no dia 18 de Agosto pelo Dr. Ytzhak Hemo, Diretor da Unidade de Retina, foi um sucesso e até o momento não houve complicações oculares ou sistêmicas. Este primeiro paciente e outros pacientes serão acompanhados de perto por um período de um ano para estabelecer a segurança do tratamento e para avaliar possíveis efeitos no curso da doença.”, diz o Prof. Eyal Banin. “A terapia baseada em células-tronco embrionárias ou de outros tipos está pronta para mudar a forma que fazemos Medicina e estamos muito animados por fazer parte desta revolução.”, acrescenta o Prof. Banin.