Mais de dois milhões de pessoas – de duas a três vezes mais mulheres – tem esclerose múltipla (EM) – a maior causa de incapacitação neurológica entre jovens adultos. Qual é o prognóstico para elas?
“Nós não sabemos realmente qual será o prognóstico de um paciente quando diagnosticamos a doença,” relata a Dra. Adi Vaknin, Senior Neurologist no Hadassah Hospital Ein Kerem. Isso se dá porque há tanta heterogenia nos resultados, ela explica. Enquanto 15 a 20 por cento dos pacientes de EM se saem muito bem, de 50 a 70 por cento precisam de remédios fortes para viver uma vida de qualidade. É essa incerteza que acabou levando a Profa. Vaknin a iniciar um biobanco com o qual é possível estudar resultados clínicos de pacientes recém-diagnosticados. Identificando um conjunto de proteínas (biomarcadores) dentro do sangue periférico de um indivíduo, a Dra. Vaknin e o seu time de pesquisa tem sido capazes de prever, por exemplo, a resposta de um paciente a Interferon, um tratamento comum para EM.
Os últimos 15 anos viram o desenvolvimento de medicações muito eficazes para o tratamento de EM. Atualmente, conta a Dra. Vaknin, existem 10 medicações disponíveis, mas sua eficácia varia de pessoa para pessoa. “Existe também uma janela de tempo limitada para se iniciar o tratamento”, diz a Dra. Vaknin, “porque se a doença avançar demais, algumas dessas medicações não surte mais tanto efeito.” Existem, no entanto, duas novas drogas no mercado, ela denota, especialmente desenvolvidas para o tratamento de esclerose múltipla progressiva.
Uma vertente comum na EM é a degeneração da mielina, uma cobertura que protege as fibras nervosas. A Dra. Vaknin está pesquisando a habilidade de certas proteínas, encontradas no fluido que cerca o cérebro, de renovar mielina danificada. A capacidade de reconstruir mielina em pacientes de EM está apenas na fase de pesquisa – embora ela estime que “isso será uma realidade nos próximos cinco anos.”
Enquanto isso, que conselhos a Dra. Vaknin tem para aqueles que sofrem com a EM? Ela recomenda 2000 unidades diárias de vitamina D – particularmente eficaz na prevenção da manifestação da doença em qualquer descendência. A Dra Vaknin também sugere exercícios e uma dieta saudável – e nada de fumar. Ela ainda aponta a importância de se viver uma vida com menos estresse, mas reconhece que isso é “mais fácil falar do que fazer.”