A taxa mundial de nascimento de gêmeos está em alta. Toda bênção dupla significa uma cesariana para um parto seguro? Não, disse a Profª. Anat Walfisch, Chefe de Obstetrícia e Ginecologia do Hadassah Monte Scopus.

Profª. Anat Walfisch, Chefe de Obstetrícia e Ginecologia no Hadassah Monte Scopus

“A maioria das mulheres israelenses que esperam um único parto ou mesmo gêmeos preferem um parto não cirúrgico”, disse a Profª. Walfisch.

A alta taxa de cesarianas no mundo é motivo de preocupação para a Organização Mundial da Saúde. Em países como México e Coreia do Sul, metade dos nascimentos são por cesariana, e nos EUA cerca de um terço. Israel, com 15%, tem o menor percentual dos 38 países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Esse número, porém, poderia ser reduzido ainda mais, dado os achados de um estudo da Organização Médica Hadassah sobre partos individuais versus gêmeos.

O progresso do trabalho de parto tem o traçado tipico de uma curva. Quando o progresso de uma mulher em trabalho de parto começa a divergir dessa curva, surgem naturalmente as preocupações com o parto do bebê. No estudo de Hadassah, os autores concluem que os trabalhos de parto em gêmeos podem ter curvas diferentes e devem ser julgados uns em relação aos outros, não por padrões secos de normalidade.

No estudo, a Profª. Walfisch e sua equipe descobriram que o trabalho de parto geralmente é mais lento com gêmeos, e a analgesia peridural retarda ainda mais a progressão do trabalho. Esses fatores, dizem, podem ser mal interpretados pelos médicos, como que tem algo de errado com o parto, fazendo com que optem por uma cesariana. Além disso, as fases de dilatação e de empurrão são mais lentas para gêmeos, possivelmente levando o médico a intervir desnecessariamente.

Os autores concluem que levar os achados do estudo em consideração “pode reduzir as taxas de parto cesáriano entre os casos com trabalho de parto prolongado em gestações gêmeas”.

A Profª. Walfisch comenta: “em Hadassah, nos orgulhamos de dar à luz gêmeos naturalmente sempre que possível.”

Os resultados do estudo foram publicados no The American Journal of Obstetrics and Gynecology.