A Profa. Michal Lotem, do Hadassah, uma pioneira na pesquisa e tratamento do melanoma está tratando seus pacientes com um protocolo personalizado que somente alguns centros oncológicos no mundo são capazes de oferecer.
Quando seus pacientes chegam com melanoma metastático Estágio 4, onde tratamentos comuns falharam, a Profa. Lotem utiliza um protocolo de imunoterapia inovador chamado Terapia de Células Adotivas (ACT). O tratamento envolve a extração de células imunes do tumor do paciente e o aumento em milhões de sua quantidade para torná-las mais poderosas no enfrentamento do câncer. Elas são então reinjetadas no paciente, que agora tem armas para atacar a doença com um sistema imune muito fortalecido.
Com treinamento no National Cancer Institute em Bethesda, Md., a Profa. Lotem, chefe do Center for Melanoma and Cancer Immunotherapy do Hadassah, ajusta o protocolo baseada em seus anos de experiência e no padrão da doença apresentado pelo paciente. Desta forma, ela salva vidas quando o prognóstico é ruim. Como ela explica: “Nós temos que levar em consideração o cenário específico de cada mutação em cada paciente, porque cada câncer, apesar de exibir atributos comuns, tem seu próprio perfil.”
Considere, por exemplo, Esther. Enfermeira de oncologia, 62, foi diagnosticada com melanoma em 2012; 14 meses depois, apesar do tratamento, teve metástase na parede peitoral. A Profa. Lotem tratou-a com uma vacina personalizada, utilizando suas próprias células do tumor que haviam sido fortalecidas em cultura com uma droga chamada Keytruda. Em Janeiro de 2017, ela estava completamente livre do melanoma metastático.
Moshe, diagnosticado em Agosto de 2013 com melanoma, não respondeu aos tratamentos tradicionais. A Profa. Lotem tratou-o com ACT e cerca de três anos e meio depois, em Janeiro de 2017, ele estava livre do câncer.
Hannah tinha uma variante única de melanoma. A Profa. Lotem recorda que o câncer de Hannah “era como se alguém tivesse colocado tinta preta sobre sua perna e coxa. A sobrevivência típica para este tipo metástase de melanoma é de um ano e meio.” Passados 15 anos, Hannah está viva e bem. Como diz a Profa. Lotem: “Eu acredito que Hannah está não somente viva, mas está realmente curada – por todos os padrões da medicina – desde que o protocolo médico é declarar o paciente curado quando está livre do câncer por 10 anos.”
Apesar de um dos pacientes Americanos cuja vida ela salvou a considerar muito humilde, ela tem uma perspectiva diferente: “Há uma imensa quantidade de arrogância e orgulho no campo da medicina,” ela diz. “Mas eu sinto que o crédito não deve ser dados aos médicos. Se nós tivemos a sorte de ser médicos ou pesquisadores – eu sou duplamente abençoada – nós podemos testemunhar o conhecimento da raça humana e como ele pode salvar vidas. Eu tenho tanta sorte em ser médica em uma época em que nós temos drogas efetivas. Eu tenho sorte de ser capaz de sentar frente a meus pacientes e ver sua felicidade ao invés de sua angústia.”
A Profa. Lotem também não acredita que médicos devem dizer a seus pacientes que eles tem x meses de vida – ou como ela diz “profetizar”. Ela foca em tentar ajudá-los a viver. Para isto, a Profa. continua a pesquisar para encontrar caminhos ainda mais poderosos para fortalecer a resposta das células imunes aprimoradas. No ano passado, o Hadassah Medical Organization foi agraciado com uma subvenção de $335,000 por três anos da Melanoma Research Alliance, baseada em Washington, para desenvolver uma proteína que pode tornar as células imunes melhores combatentes do câncer.
A Profa. Lotem, que já sabia que se tornaria médica aos cinco anos, vem fazendo imunoterapia há 20 anos. Foi uma pioneira neste campo quando era apenas um modo de tratamento que a maioria dos profissionais de medicina acreditava muito. Ela e sua equipe na HMO começaram com a administração de vacinas personalizadas nos pacientes em estado avançado de melanoma, vacinas derivadas das células tumorosas dos próprios pacientes. Então veio a geração seguinte de vacinas, criadas com engenharia genética de linhas de tumor. Como explica a Profa., a vacina da HMO foi projetada como tratamento preventivo – como uma memória da doença para o sistema imune para que ele pudesse reconhecer o inimigo e desta forma prevenir a recorrência.
A estratégia de tratamento mudou, então, para a criação de uma vacina feita a partir das próprias células imunes, fortalecidas para a luta com um inimigo já conhecido. A HMO começou a tomar parte em experimentos clínicos com tratamentos biológicos com o objetivo de fortalecer o sistema imune. Foi então, explica a Profa., que eles perceberam que poderiam alcançar um efeito sinérgico combinando o tratamento biológico com a vacina. “O sistema imune é um Sistema complexo. Assim você deve atacá-lo de maneira complexa.”
Como salienta a Profa. Lotem, “o mundo está hoje convencido que a imunoterapia é o caminho.” Ela acredita que a imunoterapia “se tornará a principal plataforma para o tratamento de melanoma bem como outros tipos de câncer.”
Ouça Hannah e a Profa. Lotem contando a história de como Hannah foi milagrosamente curada apesar de, antes de vir a HMO, ter sido avisada de ter somente 5% de chances de sobrevivência.