A cena diante de seus olhos o lembrou das imagens exibidas na televisão da Itália no início da pandemia de COVID-19: salas de emergência desbordadas, pacientes jogados nas cadeiras à espera de leitos e morte por toda parte.

“Foi uma posição muito desafiadora estar lá sem poder arregaçar as mangas para ajudar”, diz o Dr. Marc Romain, Médico Sênior de Terapia Intensiva de Hadassah e Nefrologista, que participou de uma recente missão do governo sobre COVID-19 na Romênia. “Não foi para isso que viemos. Nos pediram para questionar e observar, e usar nossa experiência para fazer recomendações de curto e longo prazo para amenizar a situação.”

Agora, de volta a Jerusalém, o Dr. Romain enviará suas sugestões para tratar os pacientes com COVID-19 na Romênia, o país europeu com a maior taxa de mortalidade de COVID-19. A Romênia enfrenta sua pior onda de infecções desde o início da pandemia, com 500 mortes por dia e mais de 10.000 novas infecções a cada 24 horas.

Precedendo a chegada da equipe israelense chegaram 40 concentradores de oxigênio, que foram transferidos através da Embaixada israelense em Bucareste. Os israelenses trouxeram suas próprias roupas de proteção para ficarem seguros.

O Dr. Romain e sua delegação de colegas israelenses, que incluíram três médicos, uma enfermeira-chefe especializada em COVID-19, e um especialista em logística, reuniram-se com médicos locais, enfermeiros e administradores para compartilhar suas experiências de melhores práticas. O seu relatório fornecerá sugestões aprofundadas para lidar com a crise daqui para frente.

A Organização Médica Hadassah tem tratado o maior número de pacientes com COVID-19 em Israel, e o Dr. Romain trabalhou durante toda a pandemia na Unidade de Terapia Intensiva para o COVID-19.

“Em Israel, temos a vantagem de que a equipe médica interna é treinada para lidar com os ventiladores que são uma parte importante do tratamento contra o COVID-19”, disse ele. “Isso também evita o gargalo no Pronto Socorro, onde os funcionários não são treinados para tratar esses pacientes por um longo período de tempo.”

O Dr. Romain explica: “Estamos preparando um relatório organizado sobre logística, opções de cuidados e treinamento médico. Esperamos fazer parte de uma discussão em andamento, bem como de empreendimentos educacionais contínuos para ajudar nossos colegas na Romênia.”

Não há soluções mágicas para os cuidados do Covid-19, enfatiza o Dr. Romain, observando que a UTI especializada oferece a melhor esperança de estabilizar esses pacientes. “O melhor conselho de todos é ser vacinado”, disse ele. As taxas de vacinação na Romênia são baixas e, apesar das altas taxas de mortalidade, estão caindo ainda mais.

Esta é a segunda visita do Dr. Romain à Romênia. Em 2013, ele foi levado em um avião médico para Bucareste para trazer de volta a Israel David Finti, um ativista de19 anos da comunidade judaica romena, que estava em estado crítico após ser eletrocutado. Sua vida foi salva no Hospital Hadassah Ein Kerem, e Finti está atualmente concluindo a faculdade de medicina.