Usar máscara e manter o distanciamento social são as duas maneiras mais confiáveis de reduzir a disseminação do COVID-19, de acordo com que disse o Prof. Ran Nir-Paz, especialista em doenças infecciosas da Organização Médica Hadassah, em um webinário do COVID-19 em 21 de abril. Países como a China e o Japão, onde o uso de máscaras é comum há muitos anos, obtiveram melhores resultados, observou ele, do que países sem essa prática.
O que contribui para a dificultar a propagação do COVID-19 é a duração especialmente longa do vírus no organismo. “Demora muito tempo para se livrar do vírus”, explicou o professor Nir-Paz. As vítimas podem ser assintomáticas por até 14 dias, embora a média seja de cinco dias. Os sintomas podem durar de alguns dias a cerca de 12 dias. Mas, o professor Nir-Paz alertou: “Uma pessoa pode espalhar o vírus por cerca de 20 dias desde o início dos sintomas”. E acrescentou: “Geralmente, não vemos isso em outras doenças virais infecciosas, embora haja exceções”.
Durante seu webinário, o Profº Nir-Paz listou alguns dos tratamentos usados em pacientes com COVID-19 gravemente enfermos. Um deles é a droga japonesa Avigan, e a participação do Profº Nir-Paz foi fundamental para obtê-la junto ao governo japonês. Outros incluem hidroxicloroquina, Remdesivir e plasma de pacientes recuperados, nenhum dos quais, apontou, foi comprovado ainda como um tratamento eficaz para a doença. Levará algum tempo, ele alertou, para que uma vacina seja desenvolvida.
Apesar da ênfase atual em anticorpos convalescentes, o Profº Nir-Paz disse a seus ouvintes que os pesquisadores não encontraram anticorpos para a doença em cerca de 30% dos pacientes que sobreviveram ao COVID-19. Isso pode indicar, ele supôs, que esses sobreviventes têm alguma outra imunidade à doença. Descobrir qual é sua “imunização ativa” será complicado e levará tempo, observou ele, mas é importante evitar a disseminação contínua do COVID-19 no futuro.
Quanto ao efeito do calor e da luz solar sobre o vírus, o Profº Nir-Paz apontou que países do Hemisfério Sul, como Brasil e Peru, e lugares próximos a Linha do Equador, como Cingapura, estão enfrentando o mesmo número de casos quanto países do Hemisfério Norte.
Ver / ler a apresentação em PPT usada pelo Profº Nir-Paz.
Assista à apresentação aqui: