Estabelecendo um bem sucedido início da fase I/IIa do experimento clínico no Hadassah Medical Center, utilizando uma terapia única de célula tronco embrionária para interromper a progressão da forma seca da Degeneração Macular relacionada à idade, o conselho responsável pelo experimento clínico, Data Safety Monitoring Board (DSMB), endossou a segurança do protocolo e deu aprovação para o início do tratamento do próximo grupo de pacientes.

O DSMB é composto de um grupo internacional de especialistas médicos que monitora de perto o experimento clínico. O produto de célula tronco, chamado de OpRegen®, está sendo desenvolvido pela Cell Cure Neurosciences, uma subsidiária da BioTime Inc (NYSE MKT e TASE:BTX), em conjunto com os especilistas chave Prof. Eyal Banin, Diretor do Hadassah Center for Retinal and Macular Degenerations e pesquisador principal neste experimento, e o Prof. Benjamin Reubinoff, chefe do Human Embryonic Stem Cell Research Center do Hadassah Chief Scientific Officer of Cell Cure. OpRegen® é composto de pigmento de células epiteliais da retina (RPE) que suportam as células fotoreceptoras detectoras de luz que são críticas para a visão.

O protocolo de células tronco desenvolvido “em casa” pelo Hadassah é único em duas características: ele utiliza somente produtos livres de utilização de animais (xeno-free) ao derivar e desenvolver células RPE puras a partir de células tronco embrionárias humanas (hESCs); e desenvolve estas células através de um processo chamado de diferenciação direta. Ao invés de deixar as células tronco desenvolverem-se espontaneamente in-vitro e então transferir as melhores células para outra placa para continuar a diferenciação, a equipe do Hadassah direciona o processo de diferenciação adicionando fatores que orientarão as células a tornarem-se células RPE. O perigo potencial de utilizar a diferenciação espontânea , observa o Prof. Banin, é que as células tronco podem tornar-se outro tipo de células, o que seria prejudicial se injetadas na retina.

AMD-Seco é a principal causa de cegueira em pessoas acima dos 60 anos de idade e uma condição pela qual não há atualmente uma terapia aprovada pelo FDA. Na AMD-Seca há uma perda ou disfunção da camadas de células RPE geralmente na região do olho conhecida como mácula, que é a parte da retina responsável pela visão central acurada que é importante para o reconhecimento facial, leitura e direção.

O primeiro grupo de três pacientes legalmente cegos, um homem de duas mulheres, receberam uma baixa dose de 50.000 células tronco. Agora o Hadassah está autorizado a ir adiante com o recrutamento de um segundo grupo para o experimento clínico do OpRegen®. O recrutamento começará imediatamente. Estes pacientes receberão uma dose maior, clinicamente significativa de 200.000 células de OpRegen®. Se esta dose provar-se segura, um terceiro grupo será formado para receber uma dose de 500.000 células. O alistamento no segundo grupo deve ser completado em 2016 e, se os dados forem positivos, antecipa-se que o DSMB aprovará o prosseguimento para o terceiro grupo no final de 2016.

O quarto grupo, composto por seis pacientes, receberá a maior dose. Este quarto grupo terá pacientes com uma visão ligeiramente melhor, relata o Prof. Banin. A expectativa é que estas células de apoio interrompam a degeneração dos fotorreceptores dos pacientes de modo que eles retenham o grau de visão atual.

Até aqui, sete meses se passaram desde que o primeiro paciente recebeu tratamento sem efeitos colaterais como descolamento de retina, formação de tumor ou inflamação.

Dados pré-clínicos demonstraram que o OpRegen® preservou a visão e a estrutura retinal quando transplantado no tipo de doença retinal causada por disfunção de RPE em roedores. Além disto, ao injetar as células RPE derivadas de hESC nos olhos de vários porcos, a equipe do Hadassah conseguiu aperfeiçoar a implantação subretinal das células. A histologia post mortem revelou que as células transplantadas sobreviveram sob a retina e mantiveram proteínas que caracterizam RPEs nativas.

Como explica o Prof. Banin, uma questão em aberto é uma possível reação imune do hospedeiro às células transplantadas. Nos pacientes tratados até aqui não ocorreu inflamação óbvia, mas a rejeição crônica não pode ser descartada. O Prof. Banin enfatiza  que o objetivo do tratamento de células tronco RPE é prevenir danos futuros. Depois de cerca de um ano, os pesquisadores serão capazes de analisar se houve uma progressão siginificativa da atrofia na retina ou se o tratamento conseguiu de fato desacelerar ou interromper a progressão. Para maior objetividade, a análise é realizada por um Data Reading Center e é uma leitura mascarada, o que significa que o pesquisador não sabe se a informação é de um olho tratado ou não.

Enquanto este tratamento não é capaz de gerar novos fotorreceptores, que seriam necessários para conseguir uma visão melhor, o Hadassah está, entretanto, conduzindo pesquisa pré-clínica utilizando células tronco para desenvolver novos fotorreceptores. Até o momento, as equipes do Prof. Banin e do Prof. Reubinof foram capazes de criar fotorreceptores imaturos, mas ainda não atingiram o ponto de regenerar de fato fotorreceptores completos.

“O campo está altamente ativo hoje,” comenta o Prof. Banin. Enquanto o Hadassah foi a segunda equipe de pesquisa a implantar células tronco RPE derivadas de embriões humanos para tratar a degeneração macular seca, existem hoje no mínimo quatro ou cinco outros grupos no mundo trabalhando com diferentes metodologias. O Hadassah, entretanto, mantém-se na liderança mundial, utilizando seu protocolo único de produto xeno-free e com diferenciação dirigida.

Adi Mohanty, Co-chefe executvio da BioTime, observa: “A escalada na dosage nesta Fase I/IIa do experimento é uma conquista significativa para nosso programa de terapia com OpRegen® e nós iniciaremos agora a avalição de doses mais altas que, acreditamos, terão o potencial mais adequado e resultados favoráveis em benefício do paciente.”