O Índice de Massa Corporal (IMC) de médio para alto durante a última fase da adolescência está ligado à morte por acidente cardiovascular na meia idade, de acordo com um estudo colaborativo amplo e de longo prazo feito com milhões de adolescentes por pesquisadores da Hadassah-Hebrew University Braun School of Public Health and Community Medicine e do Sheba Medical Center

O estudo, destacado na edição de 13 de Abril de 2016 do The New England Journal of Medicine, envolveu dados pertencentes a 2,3 milhões de adolescentes de 1967 até 2010, com idade média de 17 anos. Os pesquisadores examinaram a conexão entre o IMC (peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metros) e o número de mortes atribuídas a doenças cardíacas coronarianas, enfartes, morte súbita por causa desconhecida ou uma combinação destas três categorias (“causas cardiovasculares totais”). Eles descobriram que 9.1% das mortes estavam ligadas a causas cardio-vasculares – 1.497 de doença cardíaca coronariana, 528 de enfarte e 893 de morte súbita – explicando que “a proporcional baixa mortalidade atribuída à morte cardiovascular reflete as idades relativamente baixas em seus grupos no final do follow-up.” As idades médias no momento do óbito foram de 47,4 anos para doenças cardíacas coronarianas, 46,0 anos para enfartes e 41,3 anos para morte súbita.

Apesar de ter havido um crescimento gradual das mortes cardiovasculares na medida do crescimento do IMC, adolescentes que estavam na faixa de 50 a 74 porcento do IMC – considerada aceitável – estavam sujeitos a estes resultados fatais. Como diz o autor, “um IMC na faixa de 50 a 74 por cento está associado a um aumento na mortalidade por causas cardiovasculares e outras causas durante 40 anos de follow-up.” Além disso, os autores relatam que as taxas de morte são geralmente baixas no grupo que tinha valores de IMC na faixa de 25 a 49 por cento durante a adolescência.

Os autores observam, entretanto, que “nós não pudemos determinar se um IMC alto na adolescência é um fator de risco independente, é mediado pela obesidade adulta ou ambos.” Mais que isto, eles explicam, “nós não pudemos controlar importantes fatores de risco (tabagismo, atividade física e condicionamento físico) ou o IMC adulto.”

Apesar disto, eles relatam: “Obesidade durante a adolescência foi associada a um aumento substancial no risco de problemas cardiovasculares na meia idade, particularmente morte por doença cardíaca coronariana. As associações, que foram evidentes similarmente em ambos os sexos, persistiu fortemente para mortes cardiovasculares ocorridas durante quatro décadas depois do controle do IMC na adolescência.”

Pela mesma razão, eles predizem: “A crescente prevalência de sobrepeso e obesidade entre os adolescentes pode contribuir para um substancial aumento futuro na incidência de doenças cardiovasculares, particularmente doenças coronarianas cardíacas.”

Os pesquisadores da Braun School foram o Prof. Jeremy Kark e o Dr. Hagai Levine.