O panorama da tecnologia da informação (TI) está avançando rapidamente, impulsionada pelas necessidades geradas pelo COVID-19 de telemedicina, capacidade dos computadores para coletar quantidades enormes de informações e a inteligência artificial (IA) e a nanotecnologia que podem analisar tudo isso em tempo recorde. O que isso significa para nós como pacientes?

Como o Prof. Yoram Weiss, diretor do Hospital Hadassah Ein Kerem, explicou na webinar de 28 de janeiro “2041: Uma Odisseia na Cura”, patrocinada pelo Hadassah Internacional, a capacidade em telemedicina pronto irá trazer mais perto a nós e aos nossos médicos de atendimento primário. Considerem o cenário que o Prof. Weiss descreveu, o qual já é possível no Hadassah: Um indivíduo é hospitalizado. O médico de família do paciente recebe uma mensagem sobre a hospitalização. O médico acessa os registros médicos do paciente num computador e virtualmente se une as rondas médicas no hospital enquanto a equipe médica do paciente o está visitando. “A ideia” disse o Prof. Weiss, “é criar uma conexão entre a medicina comunitária e os médicos no hospital.”

O Prof. Weiss apontou, também, que Israel tem centralizado os registros médicos eletrônicos dos seus pacientes. Através de um sistema chamado EITAN, ambos, pacientes e fornecedores de serviços de saúde podem acessar todos os registros médicos em um único endereço eletrônico. A IA e os “big data,” o Prof. Weiss relata, já fazem possível para os pacientes descobrir muito antes o que está errado com eles. Por exemplo, assim que uma pessoa passa por uma tomografia axial computadorizada, a IA pode analisar a imagem, compará-la com uma coleção de “big data” que guarda incontáveis imagens, junto com sintomas clínicos de varias doenças. Com a análise completa, o médico recebe o diagnóstico, transmitido diretamente ao médico através do smartfone.

A nanotecnologia, com sua habilidade para examinar a mais ínfima das moléculas e determinar uma anormalidade ou processo patológico bem antes que o individuo experimente algum sintoma clinico, permite aos médicos  alertar seus pacientes sobre problemas médicos potenciais e intervir mais cedo. Como o Prof. Weiss expressou, “A intervenção preventiva é a chave para o futuro da medicina.”

Por causa de toda a nova tecnologia, a relação paciente-médico está mais personalizada. Dispositivos disponíveis hoje permitem ao médico ou enfermeira monitorar ao paciente 24/7 para acompanhar como está indo o paciente medicamente. Como o Prof. Weiss relata, “Smartfones se estão transformando em pequenos dispositivos médicos. Eu tenho software no meu smartfone que permite o automonitoramento ou o de um paciente. Eu posso medir a frequência cardíaca, a pressão sanguínea e os níveis de oxigênio e glicose, diagnosticar uma infecção de ouvido e inclusive realizar um eletrocardiograma.” Em adição, a telemedicina dá ao paciente acesso a maior quantidade de prestadores de serviços de saúde já que eles podem interagir com ele em forma remota, mesmo que eles morem em outro país.”

Toda esta tecnologia vai pronto substituir ao cérebro humano? “Não,” disse o Prof. Weiss. “A inteligência artificial vai ajudar aos médicos a realizar nossas tarefas de uma forma melhor, nos permitindo fornecer melhor medicina para os nossos pacientes.” Em adição, a IA vai poupar ao sistema de saúde bilhões de dólares agilizando o diagnostico e facilitando a intervenção preventiva.

O Prof. Weiss enfatiza que “uma enorme mudança esta chegando a nos em medicina personalizada.” Por exemplo, o Prof. Weiss enxerga o câncer se transformando numa doença crônica que será administrada individualmente por cada paciente, dependendo da genética desse câncer individual. Além disso, “nos próximos poucos anos,” ele disse, “células tronco serão utilizadas para criar novos fígados, rins e pulmões para os nossos pacientes.”

Como com toda nova tecnologia, há desafios e desvantagens. O Prof. Weiss explica que o enorme crescimento de dados médicos traz consigo a necessidade de proteger a privacidade do paciente e o registro médico de cada indivíduo.  Por exemplo, se as companhias de seguros obtêm acesso a dados que revelam que uma pessoa tem alto risco de contrair câncer de próstata, elas podem decidir que elas não querem dar cobertura a esse individuo para câncer de próstata.

Talvez mais intimidante ainda seja o risco de que hackers ataquem a rede de computadores de um hospital e bloqueiem o pessoal do hospital. Como o Prof. Weiss apontou, os hackers podem atacar a “infraestrutura critica de um hospital”. Ou eles podem entrar no sistema de computadores e manipular os dados, desligando um desfibrilador ou mudando a dosagem da medicação do paciente. O quanto mais os médicos fornecem tratamento remotamente -como na regulação remota de uma bomba de remédios, por exemplo  -mais os hackers podem intervir e causar até a morte dos pacientes.

Numa nota mais confortante, a telemedicina, a IA e a nanotecnologia oferecem a promessa de prolongar nossa longevidade e a qualidade de nossas vidas, enquanto nos desfrutamos de um acesso remoto mais ágil aos nossos fornecedores de serviços de saúde, de medicina personalizada e da informação para intervir cedo e prevenir uma condição médica de selar nosso destino.

Esta webinar, moderada pelo membro do Conselho de HI, apoiador e especialista em inovação de saúde, Dr. Shai Misan da Itália, é o episodio 5 das Series de Lives de Inverno do Hadassah Internacional, “50 Tons de Saúde,” que oferecem uma janela para dentro dos avanços mais recentes nas fronteiras da medicina, como praticada com a visão dos visionários do Hadassah.