Os primeiros 12 formandos do programa Achotenu da Escola de Enfermagem Henrietta Szold Hadassah-Universidade Hebraica foram homenageados numa cerimônia realizada em 23 de junho. Achotenu, que em hebraico significa tanto “minha irmã” quanto “minha enfermeira”, é uma iniciativa pioneira para facilitar a entrada de mulheres e homens etíope-israelenses no reverenciado programa acadêmico de enfermagem.

“Vocês são nossos pioneiros modernos”, disse a Profª Dina Ben Yehudah, hematologista do Hadassah e reitora da Escola de Medicina da Universidade Hebraica.

Achotenu é de fato um avanço no fornecimento de oportunidades para profissionais de enfermagem de origen etíope que não conseguiam superar a barreira das pontuações psicométricas para entrar em sua sonhada profissão de enfermagem. O projeto piloto foi possível através de Hadassah, a Organização Sionista Feminina dos Estados Unidos (HWZOA na sigla em inglês), graças a um generoso legado para bolsas de enfermagem de Patricia Lapan, enfermeira, e empresária de Arizona e Califórnia.

Enquanto já existem programas de formação para enfermeiros práticos, a assistência à saúde moderna, com seus complexos desafios, exige profissionais de enfermagem com formação acadêmica, capazes de assumir funções mais avançadas.

A parceira de Hadassah na educação médica, a Universidade Hebraica de Jerusalém, concordou que os alunos de Achotenu poderiam contornar os exames regulares de admissão se passassem por dois programas preparatórios pré-acadêmicos antes de entrar na escola de enfermagem. A HWZOA forneceu bolsas de estudo para mensalidades, despesas de vida e tutoria.

“Este é o meu sonho se tornando realidade”, diz Yehudit Armias, de 26 anos. Como muitos de nós, de origem etíope, não tive sucesso em pontuar alto o suficiente nos testes psicométricos para passar a barreira de entrada, mesmo sendo uma boa aluna e tendo um trabalho importante nas Forças de Defesa de Israel.”

A família Armias chegou a Israel durante a Operação Salomão em 1991, quando 14.000 judeus etíopes foram levados para Israel pelo FDI em 36 horas. A família se estabeleceu na cidade de Lod, que está localizada no centro geográfico de Israel, mas na periferia socioeconômica.

Trabalhando com famílias enlutadas, Armias quase desistiu de seu sonho de se tornar enfermeira até que viu um post no Facebook sobre o programa Achotenu. Armias foi uma das 18 alunas escolhidas entre 80 candidatos. Dois terços estão se formando agora.

A graduada de Achotenu Aviv Emharan quer se tornar uma especialista em enfermagem diabética. “Fui diagnosticada com diabetes enquanto servia no FDI”, relata. “Esses cinco anos não foram fáceis. Eu sou a primeira da minha família a ir para a faculdade, a primeira da minha família a olhar para o mundo da educação superior. Fazer parte do Hadassah significa que estou ligada a algo gigante e incrível. Estou feliz e orgulhosa de ser uma enfermeira de Hadassah.

O Dr. Rely Alon, diretor da Divisão de Enfermagem e Profissões de Saúde Aliadas da Organização Médica Hadassah, disse aos graduados: “Vocês superaram todos os obstáculos. Agora vocês devem se tornar mentores de futuras gerações de estudantes de enfermagem que seguirão seus passos.