Extraído e traduzido da edição de 18 de março do jornal israelense Kol Ha’ir

Eles largaram tudo e vieram aqui assustados e exaustos. Este é o testemunho de membros da equipe humanitária da Organização Médica Hadassah (OMH) que atualmente presta assistência médica no campo de refugiados em Przemyśl, na fronteira ucraniana-polonesa.

Membros da equipe de Hadassah estão passando por momentos trágicos, mas estão aliviando a dor e salvando vidas, ao ajudar milhares de refugiados ucranianos que fugiram de suas casas e de sua terra natal.

Dr. Asaf Kedar durante uma sessão de treinamento no Hospital Universitário de Medicina de Lublin

As guerras são uma coisa terrível, e as cenas da Ucrânia vistas na TV são chocantes. Pegue isso e multiplique muitas vezes e é isso que você obtém se estiver experimentando esse inferno pessoalmente.

Dr. Shaul Beyth, Vice Chefe do Departamento de Cirurgia Ortopédica do Hospital Hadassah Ein Kerem; Dr. Yaarit Ribak, especialista em Medicina Interna e Imunologia; e o Dr. Asaf Kedar, Chefe da Unidade de Trauma do Hospital Hadassah Monte Scopus, liderou a iniciativa humanitária de Hadassah. Os primeiros médicos a chegar, sua missão era avaliar a situação, juntamente com o Diretor Executivo de Hadassah Internacional, Jorge Diener, e informar aos administradores do OMH, ao Conselho de Administração da OMH e ao Hadassah, a Organização Sionista Feminina dos Estados Unidos, sobre o que era necessário para ajudar aos refugiados.

E a d: Jorge Diener – Diretor Executivo de HI, Dr. Meir Cherniak – especialista em Doenças Infecciosas da OMH, e Galia Cohen – Recursos Humanos da OMH

A equipe inicial de Hadassah se reuniu com diretores do grande Hospital Universitário em Lublin, na Polônia, e, com base em suas próprias experiências em lidar com tais eventos nas Unidades de Trauma de Hadassah, começou a treinar funcionários para lidar com eventos com vítimas em massa.

A semana seguinte viu a chegada de pessoal médico adicional da OMH – Enfermeira de Triagem Dana Ben-Bassat, Enfermeira de Cirurgia Vascular ucraniana Natan Loifman, Pneumologista Pediátrico e especialista em Distúrbios do Sono Dr. Alex Gileles-Hillel, Pediatra Dr. Yuval Gutbir e especialista em Doenças Infecciosas Dr. Meir Cherniak.

As mãos da equipe missionária estão ocupadas enquanto trabalham com dedicação 24 horas por dia.

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“Meir e Dana trataram uma avó com um estoma vazando, uma abertura artificial no estômago, que estava causando muita dor”, diz o Dr. Gileles-Hillel. “Ela estava com medo. Eles viram o medo em seus olhos. Depois de fornecer o tratamento inicial e dar-lhe tempo para descansar e se sentir mais calma, eles a mandaram para o hospital”.

O Dr. Gileles-Hillel continua: “Enquanto isso, tratei de um menino com suspeita de apendicite. Sua mãe insistiu que ele não fosse hospitalizado imediatamente. Meu diagnóstico foi preciso, mas entendi os sentimentos da mãe. Então, dei-lhe analgésicos e mandei-o para observação com o entendimento de que se sua situação piorasse, ele voltava para mim. Depois de meia hora, sua avó, enfermeira cirúrgica, voltou com ele, dizendo que concordava com meu diagnóstico e que ele precisava ser hospitalizado.”

O Dr. Gileles-Hillel também examinou um menino assustado de 7 anos com dor de estômago, que estava tremendo de medo. “Ele disse que seu nome era Sasha”, relata o Dr. Gileles-Hillel. “Eu disse a ele que esse era o meu nome também e quase chorei na frente dele.”

Dr. Ribak compartilha a história de outro paciente. Uma bisavó de 76 anos foi forçada a deixar sua casa em Zhytomyr para escapar das explosões. A mulher não queria sair de casa, mas quando o bombardeio se tornou tão frequente e um foguete caiu perto de sua casa, ela percebeu que não havia escolha a não ser deixar Zhytomyr para continuar viva.“A bisavó foi retirada de Zhytomyr em um veículo por moradores que também estavam fugindo do bombardeio”, diz Ribak.

“Ela foi levada para a fronteira polonesa e foi assim que chegou ao campo de refugiados. Como ela sofria de fortes dores nas costas, ela foi levada ao posto médico da Cruz Vermelha, onde a equipe do Hadassah estava trabalhando”. Foi aí que o Dr. Ribak a conheceu e tratou de sua dor.

A bisavó planejava ir para Praga, onde os amigos da família de sua filha a receberiam – pessoas que ela nunca conheceu e nem tinha ouvido falar até agora.”Eu nunca estive em Praga”, disse ela enquanto as lágrimas rolavam.

“Espero voltar um dia para casa em Zhytomyr, se sobrar alguma coisa.”

 

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