Num angustiante relato de sobrevivência, Michal Ohana, de 27 anos, residente em Portugal, chegou a Israel para celebrar o nascimento do seu sobrinho no Hospital Hadassah Ein Kerem, em Jerusalém. No entanto, sua alegre visita tomou um rumo trágico quando ela se viu envolvida no tiroteio do Hamas durante um festival de música perto do Kibutz Bari no Shabat.

 

Relembrando os terríveis acontecimentos em sua cama de hospital enquanto segurava seu sobrinho, Ohana descreveu como uma reunião aparentemente comum se transformou num pesadelo. “Meu sobrinho nasceu há poucos dias e minha irmã ficou em observação no Hospital após uma cesariana. Fui a uma festa no sul com amigos e cheguei por volta das três da manhã”, disse ela. “Estava tudo bem até as seis da manhã, quando tocou a sirene. Eles desligaram a música e mandaram todo mundo deitar no chão.” Esperando que os mísseis fossem interceptados, Ohana e seus amigos logo perceberam a gravidade da situação quando tiros foram disparados.

 

Tentando fugir de carro, Ohana e seus amigos encontraram terroristas que começaram a atirar contra eles a menos de dois metros de distância. Forçados a abandonar o veículo, procuraram refúgio num reboque do MDA (Estrela de David Vermelha) com feridos. Eles conseguiram ficar escondidos por quinze minutos até que a situação piorou quando os terroristas atiraram contra o trailer. Uma policial que estava com eles começou a gritar: “Corram rápido ou morreremos”. Ohana e seus amigos correram e, a certa altura, ela disse que não tinha mais forças para correr. Um carro parou e rapidamente os pegou enquanto tentavam fugir do local.

Mas sua provação continuou enquanto eles tentavam dirigir em segurança por uma estrada que consideravam segura. Porem, quatro vans que transportavam terroristas bloquearam-nos, atirando sem parar. Havia corpos feridos e sem vida espalhados pela estrada. Abandonando o veículo mais uma vez, eles correram para o desconhecido até encontrarem abrigo sob um tanque das FDI. “Estava ligado, mas não havia soldados nele.”

Ohana e seus amigos se esconderam sob o tanque por seis horas, enquanto Ohana sofreu um ferimento à bala. Mais tarde, descobriu-se que os soldados que operavam o tanque haviam sido feridos ou feitos reféns. Ohana expressou sua preocupação com amigos que sofreram destino semelhante, reconhecendo rostos familiares entre os feridos em fotos e vídeos que circulam nas redes sociais.

Atualmente hospitalizada no Hadassah Ein Kerem, Ohana está recebendo tratamento para seus ferimentos. Enquanto isso, sua irmã, que deu à luz recentemente, está se recuperando no andar logo acima dela. A justaposição de alegria e tragédia sublinha a dura realidade enfrentada por Ohana e outros que se viram envolvidos num ato violento e sem sentido.

Nossos pensamentos e Refuah Shlema (votos de restabelecimento completo) estão com ela, e todos os afetados por esta violência absurda.

Traduzido de https://www.ynet.co.il/health/article/hkgmugwbt