Em sincronia com os objetivos da campanha contra o coronavírus, “COVID-19: Juntos Vivemos”, a Equipe Internacional de Resposta Global do Hadassah e o Hadassah Austrália realizaram conjuntamente um webinario na segunda-feira, 6 de abril, para compartilhar os protocolos de Israel contra a doença. Com a participação de mais de 260 profissionais médicos de 13 países, o webinario contou com médicos de medicina de emergência (ER) na linha de frente do atendimento à pacientes com COVID-19 em Israel. Foi moderado por George Braitberg, professor de medicina de emergência no Royal Melbourne (Austrália) Hospital e chefe de medicina de emergência no Center for Integrated Critical Care Medicine da University of Melbourne Medical School.

Preparando o cenário para esse intercâmbio global, o Dr. John Bonning, presidente do Colégio Australiano de Medicina de Emergência da Nova Zelândia, observou que “essa colaboração internacional é fenomenal, pois lidamos com esse evento único na vida”. Ele enfatizou a importância de aprender uns com os outros sobre protocolos bem-sucedidos e maneiras de manter os pacientes e as equipes de saúde em segurança.

O Profº Jacob Assaf, diretor do departamento de medicina de emergência do Hadassah Medical Center, delineou os três objetivos que ele e sua equipe de ER buscam alcançar:

  • prestar o mesmo atendimento de alta qualidade aos pacientes “comuns” do departamento de emergência que eles sempre deram
  • prestar atendimento de alta qualidade aos pacientes com COVID-19
  • garantir a segurança dos pacientes e funcionários à medida que atendem às necessidades dos pacientes.

O Profº Assaf relatou: “O Hadassah percebeu através dos testes dos pacientes que, se o paciente apresentava sintomas leves ou mais graves, típicos do COVID-19, o percentual de resultados positivos para o vírus foi o mesmo – 14%”. Diante desse achado, disse o Profº Assaf, o Hadassah agora toma as mesmas precauções com todos os pacientes suspeitos de ter o coronavírus.

O Dr. Ahmed Naama, chefe da Unidade de Emergência do Hadassah, descreveu como seu departamento foi reformulado para a crise do COVID-19. Por exemplo, o Hadassah agora tem uma “zona limpa” com uma área para pacientes de ginecologia. Pacientes de baixo risco que podem estar com febre e coriza são mantidos separados daqueles com suspeita de COVID-19.

Para evitar a superexposição ao coronavírus e estresse constante para suas equipes de saúde, o Profº Assaf explicou que as equipes se alternam a cada duas horas e não trabalham todos os dias. Além disso, não há sobreposição de equipes; portanto, se alguém em uma equipe tiver o COVID-19 e essa equipe precisar ser isolada, as outras equipes ainda estarão disponíveis para trabalhar.

O Dr. Michael J. Drescher, presidente da Associação Israelense de Medicina de Emergência e chefe do departamento de pronto-socorro do Beilison Hospital no Rabin Medical Center relatou que em Israel, todos os 29 ERs têm “áreas suspeitas de coroa”. A maioria dos hospitais possui uma unidade separada para pacientes com suspeita de COVID-19.

O Hospital Hadassah Ein Kerem teve a sorte de poder criar um hospital COVID-19 separado em seu Round Building, que está sendo reformado. Pacientes no Hadassah e outros hospitais que estão apenas levemente doentes são enviados para hotéis adaptados.

Em termos de testes, relata o Dr Drescher, o serviço médico de emergência de Israel, Magen David Adom, está realizando testes para a COVID-19 nas casas dos pacientes, se estiverem em quarentena. Além disso, a Magen David Adom abriu instalações para realização de testes gratuitos, liberando os ERs para cuidar de pacientes.

O Dr. Drescher levantou algumas ressalvas, à medida que os hospitais se concentram tanto nos pacientes com COVID-19. Outros departamentos do hospital, disse ele, precisam se preparar para cuidar de pacientes com outras doenças, como ataques cardíacos, derrames e fraturas, quando também apresentam sintomas de coronavírus. “Precisamos abordar a questão do atraso no tratamento de doenças graves devido à ‘virofobia'”.

O Dr. Avi Ironi, diretor do departamento de medicina de emergência do Centro Médico Sheba de Israel, relatou que ele teve que gerenciar seu pronto-socorro a partir de um quartel-general improvisado em sua casa quando precisou se colocar em quarentena depois de descobrir que dois de seus médicos de emergência da Itália testaram positivo para COVID-19. Como resultado, ele relatou que, em um dia, eles tinham 23 dos 28 médicos e 50 dos 90 enfermeiros em isolamento. Eles tiveram que criar novas equipes de atendimento, a partir de profissionais da saúde dos times de apoio que a gerência do hospital reuniu para ele. Como no Hadassah, ele disse, não houve cruzamento entre as equipes de saúde no pronto-socorro. O Dr. Ironi também compartilhou slides das tendas de emergência, montadas fora do hospital, que estão sendo usadas para aferir os sinais vitais dos pacientes e realizar testes de diagnóstico como eletrocardiogramas.

A importância de ter protocolos padronizados em relação ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI) foi enfatizada pelo Dr. Drescher. Embora ele reconheça que “as pessoas muitas vezes querem fazer mais do que o necessário e, portanto, há uma tendência natural para que as coisas cresçam”, ele disse, “precisamos nos apegar a políticas baseadas em evidências e guardar os mais sofisticados EPI de alto nível para quando for necessário. ”

 

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https://youtu.be/Jrs8zjBDKCs