Um centro de referência importante para pacientes com distúrbios do movimento de toda Israel, a unidade de Mal de Parkinson e Distúrbios do Movimento do Hadassah Medical Center é também o maior centro para o tratamento por Estimulação Profunda do Cérebro (EPC) para pacientes com Mal de Parkinson ou distonia.
EPC, um procedimento neurocirúrgico, envolve o implante de elétrodos em certas áreas do cérebro que produzirão impulsos elétricos para regular a atividade anormal do cérebro. A quantidade de estímulos na EPC é controlada por uma espécie de marca-passo colocado sob a pele na parte superior do tórax do paciente. Um fio sob a pele conecta este aparelho com os elétrodos no cérebro.
Para otimizar o tratamento para estes pacientes e dar-lhes o maior alívio possível dos sintomas, os médicos e cientistas do Hadassah estão explorando várias tecnologias de última geração. Entre elas:
- Sistemas virtuais 3D e desenvolvimento de algorítmos para identificar o grau de movimento muscular involuntário e diminuição da expressão facial, características do Mal de Parkinson. Estas tecnologias poderão, no futuro próximo, auxiliar na otimização da programação de EPC e no ajuste da dose e intervalo de medicação em pacientes com ou sem EPC.
- Registro multicanal de potenciais elétricos através do escalpo e desenvolvimento subsequente de algorítmos de rápida detecção da quantidade ideal de estímulos para prover o cérebro após a cirurgia de EPC.
- Ferramentas eletrofisiológicas durante a cirurgia de EPC e após o procedimento para entender os processos patofisiológicos no gânglio basal no Mal de Parkinson. O gânglio basal é um grupo de estruturas ligadas ao tálamo na base do cérebro, envolvido na coordenação do movimento.
O escopo da pesquisa do Hadassah é bastante amplo: os especialistas em distúrbios do movimento do Hadassah estudam também o impacto do Mal de Parkinson na energia dispendida durante o exercício em colaboração com o Departamento de Pneumologia do Hadassah, bem como na identificação de genes recessivos na população árabe causadores do Mal de Parkinsom.
Distonia
Distonia, uma desordem de movimento debilitante e muito pouco compreendida, é caracterizada pelo resultado anormal obtido de movimentos voluntários. Os processos fisiológicos que levam à distonia ainda são desconhecidos, apesar de assumir-se que o gânglio basal tem um papel central nestes processos. O Dr. David Arkadir, neurologista do Hadassah, relata que durante um período de residência médica no Columbia University Medical Center, ele estudou a relação entre a plasticidade do cérebro e processos de aprendizagem em pacientes com DYT1, a forma mais comum de distonia hereditária entre os judeus asquenazitas. Ele e seus colegas mostraram que previsões baseadas em modelos animais geneticamente modificados desta doença eram relevantes para humanos com este mal.
Em sua pesquisa atual da dystonia, o Dr. Arkadir tem se esforçado para entender a doença de múltiplas perspectivas – do comportamento humano a processos da rede cerebral a aspectos genéticos básicos. Por exemplo:
- Identificação das redes cerebrais envolvidas na distonia fazendo com que pacientes com distonia realizem tarefas comportamentais enquanto registra a atividade cerebral utilizando técnicas de imagem não invasivas.
- Estudando a relação entre a atividade neuronal no gânglio basal e diferentes tipos de distonia (genética e não-genética) durante a cirurgia de EPC. Este estudo objetiva encontrar os caminhos patológicos comuns conectando os diferentes tipos de distonia, genética e não-genética.
- Procurando por genes que modifiquem a severidade clínica da DYT1 para revelar caminhos para possíveis novas terapias.
Como diz o Dr. Arkadir: Todos estes projetos de pesquisa e tecnologias de ponta tem uma missão em comum: “aprender a gerenciar melhor estes disturbios de movimento e dar aos pacientes uma qualidade de vida aprimorada.”