O sol acaba de nascer, São as 06 da manha e 18 pares de olhos estão olhando fixamente para as duas enfermeiras do Hospital Hadassah Ein Kerem. Uma das enfermeiras esta sentada e a outro esta parada ali, com uma agulha na mão. A Diretora da Divisão Ambulatorial Dorit Weil-Lotan esta para ser a primeira do pessoal de Hadassah a ser injetada com a vacina para COVID-19 da Pfizer.
Uma por uma as outras enfermeiras observando este marco histórico vão tomando sua vez de injetar e receber a vacinação. “Tomando notas sobre o que nos vemos, nos observamos umas as outras para checar se houve alguma reação,” disse Weil-Lotan.
Esta é a ultima chance para praticar antes de elas começarem a vacinar uns 5,000 empregados do hospital. É o passo final na carreira para se preparar para o que será o maior programa de saúde pública que Israel jamais desenvolveu.
Weil-Lotan, Chava Gardner enfermeira nascida nos Estados Unidos e a enfermeira Tali Savir chefe da equipe, se reúnem com os farmacêuticos do hospital, com os especialistas em logística e, claro, com o pessoal de segurança. Eles estão recrutando enfermeiras que estejam querendo dedicar horas de serviço além dos seus turnos. Administrativos se encarregarão de manipular a papelada para que as enfermeiras possam estar livres para injetar.
“Necessitamos passar pela primeira rodada de injeções para todo o pessoal que quer ser vacinado antes de começar a segunda rodada em 21 dias,” disse Weil-Lotan.
As vacinações, todas por agendamento, levam cinco segundos. Quem recebe espera 15 minutos para estarmos seguros que não estão experimentando nenhum efeito colateral.
Para Gardner o programa de vacinação em massa “fecha um circulo”, disse ela. Ela esteve entre as primeiras enfermeiras que em março se voluntariaram para a Unidade criada para o surto de COVID-19 do Hadassah. Desde então ela tem administrado a unidade de testes de COVID-19 do Hadassah para o pessoal e pacientes pré-operatórios. Agora ela está dando a vacina para prevenir o vírus.
“Uma das minhas tarefas é fazer testes de sangue para indivíduos que se recuperaram do COVID-19 e se voluntariaram para visitar pacientes na Unidade criada para o surto,” disse Gardner. Uma voluntária veio até mim e disse, ‘Eu conheço você’. Eu perguntei como isso era possível. Ela me respondeu que quando ela estava doente com COVID-19 eu estive tratando ela, mesmo a pesar que eu estivesse usando equipamento de proteção completa, ela podia ver meus compassivos olhos, e ela me reconheceu. “Momentos como esse têm sido muito emotivos.”
Weil-Lotan comenta, “Ter tratado pacientes com coronavirus foi uma estreia, e agora fornecer a vacina é verdadeiramente histórico. Nós estamos restaurando o mundo a sua ordem adequada. Aqui em Hadassah, nós, enfermeiras temos adotado como nosso lema as palavras da canção israelense Eu e você, vamos mudar o mundo.”
Apesar da euforia e da nova esperança que permeia o hospital, as enfermeiras se mantém preocupadas com alguns membros do público, que pensam que a pandemia já passou, e vão abaixar a guarda.
“Nós acabamos de abrir outra unidade de COVID-19 em Hadassah,” disse Gardner. “Estou realmente nervosa de que o pico possa estar na nossa frente. Mascaras, higiene e distancia social são uma obrigação.”
Foto encima: Reuven Rivlin, Presidente do Estado de Israel, receve sua vacinação de COVID-19 em Hadassah.