Desde os 12 anos, Nitzan Bernstein conviveu com dores crônicas. Durante cinco dias todos os meses, ela não conseguia sair da cama.
Morando em uma pequena cidade no norte de Israel, Bernstein consultou muitos médicos, mas eles minimizavam suas queixas definindo-as como desconforto menstrual, assumindo que, quando adolescente, ela estava apenas exagerando seu nível de dor. No entanto, a dor piorou.
Aos 14 anos, Nitzan foi diagnosticada com endometriose, uma condição crônica em que a camada interna de células uterinas normalmente cresce em outros órgãos pélvicos, incluindo as trompas de falópio e ovários, embora essas células possam aparecer em qualquer parte do corpo. Elas formam lesões, que podem causar dores terríveis e, em uma em cada três mulheres, resultar em infertilidade.
Hoje, Bernstein, aos 31 anos e assistente social clínica, é voluntária como defensora de pacientes da nova clínica de endometriose do Hadassah Medical Center, chefiada pelo obstetra e ginecologista Dr. Uri Dior.
“As mulheres com endometriose sofrem um aumento da dor quando têm relações sexuais ou usam o banheiro – ou por nenhuma razão”, explica o Dr. Dior. “A endometriose pode arruinar décadas da vida de uma mulher.”
As causas da doença ainda são desconhecidas. Existem famílias com vários casos da doença, mas nenhuma mutação genética foi ainda detectada. O tratamento se concentra em ajudar os pacientes a lidar com a doença, em vez de curá-la.
Muitas vezes, medicamentos à base de hormônios são usados para tratar a endometriose. Às vezes, para casos graves, a cirurgia é necessária. O procedimento cirúrgico para endometriose grave está entre os mais complexos da ginecologia. Em 20 a 30% desses pacientes cirúrgicos, a condição retorna após a cirurgia.
Devido à complexidade do tratamento, explica o Dr. Dior, é necessária uma clínica especializada. O Dr. Dior recomenda uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, fisioterapeutas, terapeutas naturais, nutricionistas, especialistas em dor e, em alguns casos, psicólogos.
“Temos muitos pacientes cujas vidas estão de volta aos trilhos e que podem engravidar e dar a luz”, relata Dr. Dior.
“Dr. Uri é um dos médicos mais incríveis ”, comenta Bernstein. “Finalmente, temos um lugar para ir, e espero que a clínica se expanda para atender às necessidades de dezenas de milhares de mulheres israelenses com essa condição”.