Aos 14 anos, Sonya Arenstein imigrou para Israel sozinha vinda de Donetsk, uma região da Ucrânia devastada pela guerra, e recebeu abrigo na Meir Shfeya Youth Village, apoiado pelo Hadassah in América.
Após se formar na escola, ela se voluntariou para o serviço nacional israelense, incluindo um ano extra trabalhando com adolescentes problemáticos em Natania. Agora ela está com 19 anos e tem à sua frente dois anos de serviço militar, mas suas dores no quadril que a incomodam desde pequena, têm ficado piores. Os moldes de gesso para a perna que ela usou na Ucrânia quando pequena e a cirurgia a qual foi submetida aos 13 anos se provaram um fracasso. Seus médicos locais em Israel também não conseguiram encontrar uma solução.
A governanta em Meir Shfeya pensou que talvez os médicos do Hadassah Medical Center pudessem ajudar Sonya, e ligou para o hospital e conseguiu uma consulta.
Os ortopedistas do Hadassah Hospital Ein Kerem diagnosticaram o problema como sendo uma má formação de uma junta do quadril que havia se deteriorado. A solução para a condição de Sonya precisaria de uma sofisticada equipe de cirurgiões e uma sala de operações hibrida. O Hadassah, o único departamento ortopédico no oriente médio que pertence à prestigiosa International Society of Orthopedic Centers, tinha os dois.
“A equipe, brincando, me chama de ‘Hadassah Woman’ porque eles sabem que as mulheres do Hadassah fizeram a conexão”, relatou Sonya em seu leito de hospital pré-operatório na Sarah Wetsman Davidson Hospital Tower.
“Desde que eu me conheço por gente, minhas pernas tinham tamanhos diferentes”, Sonya se lembra. “Praticar esportes era sempre doloroso, mas eu amava jogar tênis e nadar. Quando a dor se tornava insuportável, eu fechava os olhos, respirava fundo e fazia o meu melhor para continuar brincando”.
Dentro da sala de operações híbrida, uma grande equipe se formou. Além do cirurgião pélvico dr. Vladimir Goldman, que chefia o serviço de alongamento e correção de membros no Hadassah, o Dr Naum Simanovsky, um especialista pediátrico em quadril, estava presente.
A cirurgia começou com a reconstrução da cabeça do fêmur, o osso longo que se encaixa na pélvis, e que apresentava uma má formação. “Nós precisamos de imagens tridimensionais para ver se estamos fazendo isso perfeitamente”, explica o dr Goldman. “O formato tem que ser perfeito para que se encaixe na junta do quadril”. Então, a própria pélvis precisou ser remodelada. O topo da pélvis, que forma um teto, precisava ser abaixado para que o quadril fosse flexível.
“Você usa suas mãos e olhos, mas não há substituto para o nível de exatidão que se pode conseguir utilizando imagens tridimensionais durante a cirurgia”, diz o Dr Goldman.
A cirurgia levou mais de quatro horas. “Eu não teria conseguido fazer isso sozinho, sem a equipe”, relata o dr Goldman. “Quando se trabalha com especialistas como o Dr Simanovsky, isso te impede de cometer qualquer erro. Nós nos consultamos antes de cada movimento”.
O Dr Goldman, que imigrou para Israel da antiga União Soviética, fala russo, e foi capaz de deixar a mãe de Sonya a par do que estava acontecendo.
O prognóstico da Sonya é excelente. “Ela deve recuperar o uso completo do quadril”, reporta o Dr Goldman. “Ela agora conseguirá servir nas Forças de Defesa de Israel e jogar tênis”.
Se recuperando em seu quarto particular no quinto andar da Sarah Wetsman Davidson Hospital Tower, com amigos do seu trabalho voluntário em Netanya sentados em uma das camas, e com docinhos especiais recebidos da Women of Hadassah, Sonya diz, “Não tenho como agradecer o suficiente por terem mudado minha vida. Meir Shfeya é minha casa e o Hadassah é minha família”.
Sonya vai passar as próximas semanas em Meir Shfeya, onde uma equipe está esperando para tomar conta de um dos seus amados ex-alunos.