Sophie Szold, mãe da fundadora do Hadassah Henrietta, chorou quando viu crianças com moscas nos olhos em sua viagem inaugural ao pré-Estado de Israel em 1909. Aquelas crianças sofriam de tracoma, uma infecção endêmica no oriente médio naquela época. Hoje, não há tracoma em Israel, embora ainda seja comum no terceiro mundo. A batalha contra  doenças oculares e cegueira foi liderada pelos médicos e enfermeiros  do departamento de Oftalmologia da Hadassah Medical Organization. Chefiando o departamento hoje está o Prof Itai Chowers, cujas conexões ao Hadassah vêm de antes de seu nascimento.

 

Durante a Missão Milestone de 2018 do Hadassah em outubro, o Prof Chowers recebeu um certificado de reconhecimento do Hadassah marcando um século de realizações do seu departamento e um certificado de reconhecimento da Polícia de Fronteira de Israel.

“Eu nasci no Hadassah Hospital e estudei na Hadassah Medical School, mas mesmo antes disso minha vida já estava conectada ao Hadassah”, disse o Prof Chowers na cerimônia de premiação.

“Meus avós paternos fizeram aliyah da Polônia. Eles morreram durante as condições severas do pré Estado de Israel, um de tuberculose e o outro devido a um acidente. Meu pai, Israel, ficou órfão aos 12 anos. Ele encontrou um lar acolhedor na Meir Shfeya Youth Village do Hadassah.”

“Minha mãe, Rachel, foi gravemente ferida durante a Guerra de Independência em Jerusalém. Sua vida foi salva por médicos e enfermeiros no Hadassah. Ela mais tarde trabalhou em pesquisas nos laboratórios do Hadassah. Meu pai se tornou professor de endocrinologia no Hadassah. Então o Hadassah tem sido parte da minha história por muito tempo. Eu sou muito grato.”

“Eu quero dividir com vocês um incidente, dos muitos, em nosso trabalho no departamento de Oftalmologia hoje. Era sexta feira a noite, por volta as 23h00. Tínhamos terminado nosso jantar de Shabat e guardado os pratos. Meu telefone tocou. Um policial de fronteira chamado Yarden Dowshin tinha acabado de interceptar um terrorista próximo ao Portão de Damasco. Seu colega, no entanto, notou que havia uma mancha vermelha em um dos olhos do Dowshin. Juntos, eles foram verificar o que era no Swartz Center para medicina emergencial no Hadassah Hospital Ein Kerem. Descobriu-se que o policial tinha alguns estilhaços da troca de tiros no olho, e o médico residente de plantão não tinha certeza de quão fundo eles estavam.

“Eu sabia que precisava ver por mim mesmo. Algo me dizia que isso era sério. Eu me lavei e comecei a operar para remover o corpo estranho. Era de metal. Quando é ferro, danos irreparáveis podem ser causados à retina apenas pela toxicidade do ferro.”

“Primeiro, trabalhamos com um ímã para remover o metal, mas ele estava sendo atraído. Eu acabei tirando o fragmento com uma pinça. Mas não era o fim. Precisávamos saber que tipo de metal era aquele.”

“Os técnicos da polícia foram para o seu laboratório no sábado de manhã e testaram o metal. Enfim, tivemos boas notícias. Era latão, que os terroristas usam para fazer projéteis caseiros. O latão não tem a mesma toxicidade do ferro, então ele estava com sorte.”

“Eu contei tudo para o policial de fronteira. Tudo que ele queria saber era quando ele poderia voltar para o seu posto para defender a todos nós em Jerusalém. Eu insisti que ele tirasse algumas semanas de descanso para se curar.”