Agachado em um site arqueológico no deserto de Israel, o Prof. Hendrick Bruins examina cinzas vulcânicas de 3.600 anos.

Seus amplos interesses incluem a investigação em andamento de antigos sistemas agrícolas e segurança de alimentos em regiões secas. Aos 69 anos, ele é ativo e um grande avô para os 16 netos.

Três anos atrás, ele estava morrendo.

A meio caminho dos 60 anos, o cientista e historiador holandês da Ben Gurion University, desenvolveu problemas físicos moderados, incluindo pernas inchadas e pressão sangúínea levemente elevada. Os médicos prescreveram medicação para a pressão que ajudou um pouco mas não solucionou o problema. Além disto, ele tinha diarréia crônica e frequentemente com sangue. Ele ainda era capaz de dar andamento as suas aulas, pesquisas e uma rica vida familiar.

Aos 63, entretanto, o inchaço nas pernas tornou-se incapacitante. No início, seus médicos pensaram que seria um efeito colateral do bloqueador de cálcio que ele estava tomando para a pressão, mas logo descartaram a ideia. Ele realizou um ecocardiograma.

“Para meu espanto, os resultados revelaram que uma de minhas válvulas do coração não estava funcionando,” relata o Prof. Bruins. “O médico queria saber se eu já tinha usado drogas!”

Ele nunca usou drogas. Sua filha, Naomi Jones, uma parteira no Hadassah, sugeriu que ele consultasse o cardiologista do Hadassah, Prof. Dan Gilon, um especialista em problemas de válvulas.

“Acontece que ele era também um especialista em Clínica Médica,” diz o Prof. Bruins. “Era seu trabalho me contar a chocante realidade: eu tinha câncer e precisava de uma cirurgia de coração aberto.”

As células cancerosas do Prof. Bruins estavam produzindo um nível tão alto de hormônios que haviam destruido sua válvula e estavam causando estragos em outras partes do corpo. Seus médicos locais não constataram os sintomas deste tumor neuroendócrino e a síndrome carcinóide relacionada. Tumores neuroendócrinos (NETs) representam um grupo heterogêneo de tumores que se desenvolvem de células neuroendócrinas. Porque estas células são encontradas em todo o corpo, NETs podem aparecer em uma variedade de órgãos. Apesar de aparecerem principalmente no sistema gastrointestinal (no intestino delgado ou grosso, pâncreas, etc.), também podem se desenvolver nos pulmões, timo, tireóide, glândulas adrenais e mais.

Steve Jobs, co-fundador da Apple, morreu por causa de um destes tumores.

Depois de uma consulta com a Endocrinologista e especialista em NET do Hadassah, Dra. Simona Glasberg, o Prof. Bruins passou por vários testes para determinar a fonte e extensão da penetração deste câncer de desenvolvimento lento. Os testes revelaram que o câncer já tinha atingido a medula óssea bem como o fígado e vários nódulos linfáticos.

“É duro absorver notícias como estas,” diz o Prof. Bruins. “Eu assumi que minha vida estava terminada e estava pronto para contar a meus estudantes que não estaria mais disponível para ensinar e aconselhar.”

Ele recorda: “A Dra. Glasberg sugeriu que eu imediatamente tomasse uma injeção que poderia reduzir o crescimento do câncer. Seguindo a primeira injeção, eu me senti melhor. Meus sintomas diminuiram. Eu assumi dois novos estudantes graduados e disse à universidade que tiraria uma pequena licença para ficar em Jerusalém.”

O Prof. Bruins enfatiza que o Hadassah, com seus especilistas multidisciplinares em NET e cirurgiões cardiotoráxicos foi capaz de realizar esta complexa operação e atingir um resultado de sucesso. O Prof. Bruins esta de volta ao ensino e continua a receber tratamento no Hadassah, fazendo parte de testes clínicos para um novo medicamento sendo testado em vários centros internacionais de NET.

O Hadassah, líder mundial em pesquisa e tratamento de NET, é também um dos poucos centros médicos no mundo que utiliza a Peptide Receptor Radionuclide Therapy (PRRT), uma nova terapia de medicina nuclear para metástase de tumores neuroendócrinos. PRRT envolve a administração de uma droga chamada 177Lutetium-Dotatatet, que tem o potencial de eliminar as células cancerosas.

“O Lutetium, produzido nos EUA, é enviado para a instalação nuclear em Nahal Sorek, Israel, para preparação adicional e então é trazido ao Hadassah cada semana logo antes da aplicação nos pacientes,” explica a Dra. Glasberg. “Até hoje, você não consegue ter este tratamento nos EUA. Ironicamente, nós temos pacientes que vem dos EUA para serem tratados aqui.”

Há mais de 1500 pacientes com estes raros e mortais tumores sendo tratados e acompanhados pela unidade NET do Hadassah.

A Dra. Glasberg ressalta: “Sir William Osler, um renomado médico canadense, é conhecido por ter dito: ‘O bom médico trata a doença; o grande médico trata o paciente que tem a doença.’ Em minha visão, o melhor médico trata o paciente que tem a doença mas olha também além do caso específico para entender profundamente a doença e eventualmente encontrar a cura. Esta é nossa principal prioridade na NET Division e NET Research Laboratory no Hadassah.”