A chave é medicar muito cedo, antes que o material do cérebro tenha sido destruído pelo Mal de Alzheimer,” disse o Dr. Shahar Arzy, chefe do Computational Neuropsychiatry Laboratory do Hadassah Medical Organization, à sua audiência na Alzheimer’s Foundation of America (AFA)’s New York Educational Conference em 5 de Maio de 2017.

O neuropsiqu

atra Dr. Arzy, mundialmente reconhecido, diagnosticador pioneiro, fez a apresentação principal – Desvendando o Mal de Alzheimer – na conferência da AFA. A Conferência é parte do “National Educating America Tour”, organizada para celebrar seu 15º aniversário. Intitulada “Conferência Educacional de Conceitos em Atendimento”, seu objetivo é prover a oportunidade de indivíduos, por todo o país, de ouvir especialistas sobre as mais recentes pesquisas sobre Alzheimer bem como tópicos relacionados como acesso ao cuidado com a saúde, passando da moradia a um atendimento residencial, tratamento de longo prazo e comunicação com um paciente de Alzheimer.

Graças a novas e sofisticadas ferramentas de diagnóstico, desenvolvidas no Computational Neuropsychi

 

 

atry Laboratory, os médicos tem conseguido diagnosticar o Mal de Alzheimer muito cedo e, consequentemente, melhorar o prognóstico de milhões de pessoas. Em seu projeto de diagnóstico, o Dr. Arzy começa explorando o que acontece no cérebro do paciente utilizando dados sobre o mundo do próprio paciente recolhidos de mídias digitais como o Facebook. Então, algorítmos computacionais analisam estes dados e revelam em tempo real o que acontece no cérebro.

O trabalho do Dr. Arzy parte de um Sistema cerebral dedicado que ele chama de Sistema de Orientação. Isto nos permite enxergar a nós próprios em relação ao mundo exterior – especificamente em três realidades externas: espaço, tempo e pessoa. Espaço envolve, por exemplo, onde vivemos e onde trabalhamos; tempo pertence aos eventos em nossa vida; e pessoa refere-se as nossas relações com as pessoas a nossa volta. É este sistema, segundo sua hipótese, que esta comprometido pelo Mal de Alzheimer. No laboratório de neuropsiquiatria do Hadassah, o Dr. Arzy e sua equipe utilizam Imagem de Ressonância Magnética funcional de alta resolução(fMRI), Tomografia de Emissão de Positron (PET) e eletroencefalograma de alta resolução (EEG) para explorar o sistema de orientação no cérebro de pacientes em todo o espectro da doença.

O aspecto do funcionamento do cérebro que nos permite acessar onde estamos no espaço, tempo e relacionamento com outros é chamado de orientação. O Dr. Arzy explica que a orientação é a desordem chave do Mal de Alzheimer. Seu trabalho baseia-se nas descobertas dos vencedores do Prêmio Nobel John O’Keefe, May-Britt Moser e Edvard I. Moser, que identificaram as células que constituem este sistema no cérebro. O sistema dedicado do cérebro que gerencia a orientação também tem sub-regiões especializadas que tratam tempo, lugar e relações pessoais. Mais que isto, ele interage com outro sistema chamado Default Mode Network (DMN). O DMN é uma rede de regiões do cérebro que é ativa quando não estamos realizando uma tarefa específica, por exemplo, nossa mente divaga e pensamos sobre memórias, pessoas ou lugares. Isto, determina Arzy, é mais afetado pelo Mal de Alzheimer. Como resultado, os pacientes sofrem perda funcional nas áreas cognitivas da memória, reconhecimento de pessoas e orientação no espaço.

Junto com sua equipe de cientistas da computação, físicos, psicólogos e médicos, o Dr. Arzy projetou testes pioneiros computacionais e de neuroimagem bem como um aplicativo de diagnóstico que torna o diagnóstico precoce possível. De posse desta informação, os médicos podem proteger o tecido cerebral saudável da doença administrando medicação mais cedo. Desta forma, a perda da função cerebral pode ser retardada.

Os esforços da equipe estão finalmente colocados no App Clara. Isto revela a extensão da perda da função cerebral do paciente através de uma série de questões relativas às realidades externas de tempo, espaço e pessoa. A questão inicial, orientada para definir o mundo pessoal do paciente, recolheria suas próprias informações pessoais a partir de mídias digitais como Facebook, Google ou smartphone. Em seguida, o paciente é colocado frente a questões computadorizadas explorando o funcionamento da orientação, a habilidade do paciente de determinar onde se encontra em relação a outros lugares – perto de Nova Iorque ou Londres, por exemplo; a orientação em relação ao tempo – por exemplo, Kennedy foi assassinado antes ou depois da Obama ser eleito; e a habilidade da pessoa de entender a proximidade de uma relação pessoal – se a pessoa é mais próxima do cônjuge ou do médico.

Já disponível para uso com celulares Android em todo o mundo, o aplicativo pode ser baixado facilmente da Google Play Store, com um código especial cedido pelo médico do paciente.

Tendo determinado que a orientação mental é uma desordem chave no Mal de Alzheimer, o Dr. Arzy quer promover o uso do teste de orientação da Clara App nos Estados Unidos e sua tradução e validação em todo o mundo.